Capela do Calvário em Belmonte, Castelo Branco

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A capela do Calvário é o exemplar de arquitectura oitocentista de revivalismo neogótico que apresenta fachadas circunscritas por cunhais apilastrados, com frontispício rasgado por um portal de arco quebrado.

No interior da capela destaca-se a pintura da cobertura que à maneira setecentista do "quadro recolocado" representa a "lamentação sobre o Corpo de Cristo". Na parede testeira existe uma encenação do Calvário composta por Cristo Crucificado, duas cruzes e um monte artificial de granito. Esta capela está ligada aos festejos pascais sendo nela que termina a procissão da Via - Sacra."

A história da vila de Belmonte remonta ao século XII, quando o concelho municipal recebeu foral de D. Sancho I em 1199. Belmonte e a vizinha Covilhã, apesar de situados no interior de Portugal estão conotados como poucas regiões portuguesas com os Descobrimentos marítimos Portugueses. Entre as curiosidades que permeiam a história da vila está o facto de que o descobridor do Brasil no século XV, o navegador Pedro Álvares Cabral, ter nascido em Belmonte.

A comunidade de Belmonte abriga um importante facto da história judaica sefardita, relacionado com a resistência dos judeus à intolerância religiosa na Península Ibérica.

No século XVI, aquando da expulsão dos mouros da Península Ibérica, e da reconquista das terras espanholas e portuguesas pelos Reis católicos e por D. Manuel, foi instaurada uma lei que obrigava os judeus portugueses converterem-se ou a deixarem o país.

Muitos deles acabaram abandonando Portugal, por medo de represálias da Inquisição. Outros converteram-se ao cristianismo em termos oficiais, mantendo o seu culto e tradições culturais no âmbito familiar.

Um terceiro grupo de judeus, porém, tomou uma medida mais extrema. Vários decidiram isolar-se do mundo exterior, cortando o contacto com o resto do país e seguindo suas tradições à risca. Tais pessoas foram chamadas de "marranos", numa alusão à proibição ritual de comer carne de porco. Durante séculos os marranos de Belmonte mantiveram as suas tradições judaicas quase intactas, tornando-se um caso excepcional de comunidade criptojudaica. Somente nos anos 70 a comunidade estabeleceu contacto com os judeus de Israel e oficializou o judaísmo como sua religião.

Em 2005 foi inaugurado na cidade o Museu Judaico de Belmonte, o primeiro do género em Portugal, que mostra as tradições e o dia-a-dia dessa comunidade.

Fontes: Cristina Nogueira, Monografia Histórica do Concelho de Belmonte - Novos Contributos, Câmara Municipal de Belmonte e Wikipedia

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